segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Política Paisagística? Assine já!

stá a terminar o prazo da petição sobre a volumetria do novo Hotel Savoy. Não é contra o hotel, é contra o tamanho, em protecção do emprego que existe e em respeito pelos outros hoteleiros que veneram a paisagem.

Segundo a acta camarária 6/2009, o projecto foi aprovado por maioria com uma notada falta do vereador-funcionário do promotor, acompanhado pela ausência momentânea mas pontualíssima do rato do sistema na votação. Recebeu votos contra do PS e da CDU. Tudo perversamente legal, fundamentado num Plano de Urbanização do Infante que caducou e se esqueceu das regras superiores do Plano Director Municipal e do Plano de Ordenamento Turístico. Na altura, parece que não conheciam monumentos ou espaços classificados. Assim, o Savoy abre novos precedentes depois de ter usufruído de outros. A licença de construção dá direito a uma indemnização como prémio de “jogo” em caso de derrota. Nascerá com o habitual obscurantismo que tende a acompanhar sempre os mesmos. Ter poder ou dinheiro é uma responsabilidade, não um salvo-conduto.

Ao menos traz emprego? Claro que sim! Depois de construído faz sombra, disputando quadros credenciados ou com experiência, em seguida socorre-se do desemprego. A realidade volta ao mesmo com novos desempregos nos 3 e 4 estrelas pelo dumping para encher o gigante. Só falta o “all-inclusive” para não derramar sinergias na restauração local.

O Pestana Casino Park é um irritante vizinho. No atrium estão os manuscritos de Óscar Niemeyer, comprometido com a qualidade e o respeito pelo meio envolvente. Nele há até reparos às autoridades de então, coisa impensável nos nossos dias ao serviço de um promotor:

“O projecto de um hotel na Ilha da Madeira apresenta uma série de problemas fundamentais. Primeira, as características do lugar, a beleza da ilha, seu aspeto pitoresco e acolhedor, que cumpre proteger. Segundo, os problemas que daí decorrem, problemas de gabinete, escala, visibilidade, etc.

Trata-se a meu ver de problemas tão importantes que ao redigir esta explicação, sinto-me obrigado a abordá-los, advertindo as autoridades locais da conveniência de estabelecer medidas de protecção paisagística: fixação máxima de gabinetes, 4 pavimentos, inclusive "pilotis", para os prédios de apartamentos; e 8 pavimentos, inclusive "pilotis", para os edifícios especiais (hotéis, etc) que o turismo exige. Proteção indispensável do panorama nas avenidas que contornam os morros, evitando nas mesmas, construções que possam cortar a visibilidade (Des. 1), o mesmo acontecendo com os edifícios mais extensos que não deverão, depois de construídos, constituir como que um muro contra a cidade (Des. 2). Óscar Niemeyer. Paris, 22 de Junho de 1966.”

Croquis nos manuscritos de Óscar Niemeyer. Amplie.

Arquitecto Viana de Lima
A “escola” de mérito Niemeyer venceu e foi implementada por um seguidor, o arquitecto Viana de Lima. Desenvolvimento não é volumetria, é harmonia, sempre. A Madeira vende paisagem e, por consequência, a hotelaria usufrui dela. O Savoy terá o dobro do máximo sugerido por Óscar Niemeyer para a nossa paisagem, estamos a trocar as ideias, vamos vender hotelaria. A Madeira está a escolher o tipo de turismo que quer e o preço que deseja cobrar. Os inimigos não são externos, aliás, o terrorismo tem encaminhado novos turistas para o nosso destino.

Quando os grupos internacionais da hotelaria despertarem para a região, vão querer um hotel igual ao Savoy, o precedente está aberto. O que irão responder a essa pretensão? Deveríamos estar a trabalhar para ser paisagem património mundial, lucrávamos mais, em vez de caminharmos para Benidorm. O turismo da Madeira não é de imensos resorts com a pulseirinha para não sair do hotel, é de deixar a mala e partir à descoberta dos valores patrimoniais naturais e culturais que “vivem” neste secular contexto paisagístico de ambiência pitoresca. De descobrir a singularidade, a raridade e a originalidade da Pérola do Atlântico no mundo globalizado.

Cabe ao madeirense participar na opinião pública que zela pelo verdadeiro interesse da sua terra. O seu tradicional medo, calculismo ou ilusão de benesse geram sucesso nos prevaricadores. Vai a tempo de assinar a petição para que haja um debate sério na ALR: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT79514

Sobreposição dos hotéis vistos do mar. Cobertura integral da paisagem. Amplie.
Diário de Notícias do Funchal
Data: 29-02-2016
Página: 7
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sábado, 6 de fevereiro de 2016

Nova peça de teatro em nova temporada

O OBSERVADOR é uma imitação de órgão de comunicação anglo-saxónico com interpretação política definida e constante que condiciona a informação e a opinião. Está no seu direito, cabe aos leitores avaliarem o crédito.

Passos Coelho nunca será social-democrata, mentirá o que for preciso para chegar ao poder e depois de lá estar voltará ao mesmo. Não estou a dizer nenhuma novidade, depois dos últimos quatro anos. Com ele, o "social" deveria cair da sigla do PSD e o "democrata" deve ficar bem ténue atendendo ao seu entendimento sobre a constituição, ao tratamento corporativista do partido em vez do respeito pela democracia representativa mas, sobretudo, porque quem lhe deposita o voto não fez mais do que o seu dever para pessoa tão importante. Soberba e arrogância.

Passos a caminho da reeleição. Por fim a social-democracia?
Encontrará tecnocratas para fazer coro, sobretudo os que precisam de alimentar o sucesso, todos eles a berrar para tentar fingir número. Os resultados eleitorais do PSD nunca foram tão pequenos e hesitantes. Se o PSD mantém Passos Coelho sem o CDS vai ser o desastre porque ninguém acredita neste repentino baptismo na social-democracia. Há muitos social-democratas, suficientes para uma maioria absoluta, cai para menos de metade os que são do PSD, deste PSD. Passos Coelho está a dizer o que as pessoas querem e gostam de ouvir mas, esquece que também destruiu a vida a social-democratas com a austeridade estúpida.

Neste momento, os tecnocratas vêm buscar os votos e o poder às pessoas. Por incrível que pareça esses malditos votos ou apoios não saem da folha de excell, da Merkel, dos mercados. Que descoberta tão tardia para gente que se arroga sempre mais inteligente. O PSD está em crise de identidade por fraca geração de lideres e vai piorar. O PSD está em crise de resultados porque odeia social-democratas.
A celeridade com que o PSD-M aderiu à candidatura de Passos Coelho, sem esperar para ver se há mais, indica que é convictamente da mesma estirpe e isto vai dar muito errado.

Uma coisa é a arrogância de entenderem que têm sempre razão, outra coisa é a azia da realidade. É assim que ficam furibundos numa atitude mal formada do quero, mando e posso.

O insucesso é a austeridade do PSD, estranho que não goste.

O PSD ao perder a razão não hesita em atrapalhar os destinos do país metendo areia em todas as engrenagens possíveis. Estamos sempre a ver, fica registado.

O OBSERVADOR distraiu-se na foto, para condicionar a realidade é necessário a máxima atenção. O pai de Passos Coelho também não é deste PSD.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Doca Seca

solução com navios porta-contentores onera o custo de vida e de produção na região devido à cadeia de infra-estruturas e serviços operacionais que culminam com a inflação de preços. Os ferries alcançam uma eficiente integração intermodal com redução de custos, tempos de viagem e autonomizando a estiva com os clientes. Estivadores em greve não interferem na operação ferry. No momento em que se discute um ferry, deveríamos abordar a reconversão de toda a solução para ferries e, pelo suporte do negócio da carga, teríamos 2 ou 3 rotas com o Continente a receber passageiros durante todo o ano.

Os apoios comunitários nos projectos TEN-T colmatam lacunas entre as redes de transportes dos Estados-
Membros, com 80 a 85% a fundo perdido no desenvolvimento de portos e plataformas multimodais. Podemos modernizar o Caniçal e o Funchal contemplando soluções para ferries. É possível corrigir obras inserindo-as como infra-estruturas vulneráveis às alterações climáticas, catástrofes naturais ou provocadas pelo homem (Cais 8 e sua influência no porto), se houver capacidade financeira para o remanescente. Ficaríamos integrados na rede transeuropeia de transportes e focados na redução do CO2. Existem exemplos com portos no QREN a observar.

O resultado da recente consulta (link com download) do governo sobre o ferry determinou que o desfecho será o serviço público, esgotando o argumento da viabilidade e indiciando que a República se tem esquecido de nós. Somos das últimas ilhas da Europa sem ferry com ligação ao continente. A Grécia, por exemplo, tem 227 ilhas habitadas servidas por 139 rotas de ferry e exploradas por 25 companhias privadas gregas.


Conhecida a falta de soluções ferry em Portugal, e atendendo a que decorrem reuniões com as RUP (Regiões Ultra Periféricas), o Governo Regional deve sensibilizar o lobby ultraperiférico a participar na estratégia legislativa marítima da Comissão Europeia de Transportes que está a ser desenvolvida para o “2017 European Maritime Year”, garantindo apoios futuros à sua condição no seio da UE.

Entretanto, o Governo Regional poderá aplicar o modelo Blue PPP (joint venture entre uma empresa privada e uma entidade pública) desde que compatível com as regras relativas aos auxílios estatais para projectos não comerciais e carentes de apoio como é o caso das ligações de ferry sob serviço público.
Paralelamente, devemos acompanhar a resposta da UE aos Açores relativamente à construção de 2 ferries. O impacto destes na economia do arquipélago estima-se em 10 vezes superior ao esforço exigido ao orçamento açoriano para a sua construção.

Em 1978, num desafio idêntico à linha Madeira - Continente (M-C), arrancavam as ligações regulares entre a Madeira e o Porto Santo, de modo a nivelar o desenvolvimento económico, turístico, cultural, etc. A operação, sob exclusiva responsabilidade do Governo Regional, durou 17 anos (1978-1995) e desde 1995 prosseguiu com um privado. A linha assumida como deficitária promove rotinas e desenvolvimento imensuráveis, estamos num excelente mês para o comprovar, um "déjà vu" de 1978. A Madeira vive o seu momento de “Porto Santo 1978” em 2016.


A nossa abordagem à linha M-C deve estar dirigida ao arquipélago habitado. A nova operação deve fazer uma escala no Porto Santo para permitir que, entre a Ilha Dourada e o Continente, haja uma ligação directa de pessoas e bens, dotando a dupla insularidade de um crescimento sem interposições. As ligações Madeira - Porto Santo continuariam exclusivas do armador actual, com uma excepção. Neste mês de Janeiro poderia requisitar o serviço da nova linha para colmatar parte do serviço na ausência do seu ferry em doca seca.

A aposta de um privado num mercado livre, suportado pelos princípios consagrados na ordem jurídica comunitária (origem do nosso Decreto-Lei nº7/2006 de 4 de Janeiro), abriu os olhos aos madeirenses através do Armas. Com a legalidade e a operação conquistada, foi o corporativismo que nos destruiu a solução. Uma Secretaria sem pulso fez o resto, não salvaguardando os verdadeiros interesses da região. Os efeitos desse momento subsistem até aos nossos dias como estigma sobre a Madeira em potenciais interessados na linha. O Governo tem cara por lavar.

Tivemos 6+1 curiosos na consulta, observando se a eventual operação será um caso de tribunal atendendo aos precedentes com o Armas. Ainda assim, estão tentados pelo risco zero do Serviço Público. Falando com alguns dos armadores, ficamos abismados com o grau de minúcia na descrição da nossa realidade (contratos, serviços, preços e abusos) e ainda dos jogos de influências sentidos com o arranque da consulta. A perspectiva mais abrangente sobre a nossa conjuntura está na posse dos armadores estrangeiros. Acreditam na boa fé do Governo Regional e elogiam as condições oferecidas mas, deixam-se ficar porque não querem chatices. Precisamos de um concurso competente.

Para os moralistas da despesa, umas contas com o último deficit anual do Armas. O Jornal da Madeira
mantém a linha deficitária M-C durante 10 anos. A Marina do Lugar de Baixo, 20 anos. O Cais 8, 5 anos. A indemnização da inspecção automóvel, 4 anos. Quanto à República, fazemos as contas com o salvamento de bancos ou “privataria”? Isto é competitividade e economia, não é orçamentalismo cego, muito menos obra sem utilidade. Sendo deficitária cortamos a linha do Porto Santo?

O povo conta com a promessa eleitoral, sabe que a solução esbarra com os interesses instalados do oligopólio da carga marítima e observa o Presidente do Governo entalado com os desaires nos transportes. Os madeirenses aguardam varados por competitividade nos fretes, alternativas de transporte e a inovação adiadas em negócios que o ferry permite. É legítimo que cada um defenda a sua dama, é ilegítimo que um povo marque passo com as oportunidades sempre, e só, a gosto dos mesmos. Cumpre-se 4 anos de doca seca na rota Canárias - Madeira - Portimão.

Diário de Notícias do Funchal
Data: 27-01-2016
Página: 10
Link: Doca Seca


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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal no Oásis

ivemos um dia raro, em paz, na fé e com o melhor índice de conforto sem que isso seja um pecado. O Natal troca as voltas à austeridade e os que dela vivem ou sobrevivem. O nascimento de Cristo parece induzir a um modelo económico mais harmonioso do que aquele que nos receitaram.

Época de biscates, desempregados de padaria fazem a confeitaria da época em casa para vender, os desempregados das obras fazem limpezas, arranjos e pinturas de “Natal”, os desempregados de cabeleireiros encontram jantares e galas para dar mais aprumo ao cabelo dos vaidosos. Todos temos destes exemplos por perto. As vendas ambulantes aumentam, disputadas com licenças inflacionadas pela procura, situação que só garante a oportunidade de poder vender para o baixo poder de compra que existe.

Ao contrário do Cristo que da água torna vinho e que multiplica o pão, estes fiéis necessitam de semear para colher mas, algumas sementes para 2016 estão em mãos alheias.


É hora de assimilar de vez que a austeridade como forma de só pagar as dívidas do Estado e da banca é um erro porque retira o tapete à economia, motor que tudo paga, deixando o país num estado letárgico em repetidos desaires e à mercê de malabarismos de retórica política.

A Madeira contínua a perder população por emigração mas ainda assim os números do desemprego não cedem, necessitamos de uma Secretária com uma abordagem mais activa na promoção do emprego. Só caridade resolve o dia-a-dia mas não cria futuro a ninguém. O cidadão está cansado da solução que vai sempre ao bolso do contribuinte, já de si necessitado. A situação avoluma-se e a emigração não resolve, antes duplica o problema.

Necessitamos de um Secretário do Plano e Finanças mais economista e menos orçamentalista, a prosperidade não nasce desta política que se ocupa exclusivamente em explorar melhor cada contribuinte para o brilharete das receitas. Fomenta demasiada inactividade e a economia não arranca. Precisamos de “boa” receita por via da reactivação do comércio, do emprego e de novos trunfos para a exportação (ferry). A moralidade e autoridade do governo é nenhuma para uma atitude persecutória na miséria, lembre-se que muitos dos problemas nasceram dos calotes do governo. Deve expurgar o fisco dos esquemas e burocracias que usurpam cada vez mais o dinheiro aos contribuintes com injustiças.

É urgente uma saúde para hoje, porque se adoece hoje, porque se usam medicamentos hoje, porque são necessárias consultas hoje com os respectivos especialistas ou cirurgias que não existem hoje, num ambiente de trabalho que hoje é péssimo para implementar políticas. A bandeira do novo hospital, reconhecidamente urgente, não vai cobrir as necessidades de hoje, é um paliativo político.

É urgente um Secretário responsável com a comunicação social, que não desestabilize o equilíbrio já de si precário com soluções sensacionalistas ou oligárquicas. Já vimos partidos serem apanhados pelas suas próprias armadilhas legislativas, a informação não é diferente. Zele pela informação que se subordina a um código deontológico e que não seja substituída por outra ao serviço de um colete oligopolista ou pelas redes sociais. A Madeira pode conhecer o desassossego informativo com segundos objectivos. Num governo, ainda player na imprensa e na rádio, a sua comunicação política é fraca, curiosamente os dinheiros gastos com as rádios locais, em publicidade institucional, são aproveitados pelas Casas do Povo instrumentalizadas.

Necessitamos de um Secretário que corte a direito nos portos para mudar a nossa imagem exterior, agora em toda a sua amplitude. Que se informe sobre quem lhe sonegou informação que lhe traria sucesso mas, sobretudo, que aprenda que um custo (afinal um investimento) pode trazer vantagens porque multiplica dividendos. Que ignore os “complicómetros” que produzem o subsídio da mobilidade e comece a construir soluções práticas e funcionais. Que observe como outros destinos estão a antecipar a iluminação de Natal para captar um nicho de turistas que quer usufruir do ambiente natalício de outro destino não se privando do seu, numa altura baixa da hotelaria. Que coloque os nossos criativos a funcionar com nosso legado de Natal. Arranque mais cedo, um governo que pretendia estender o tempo dos eventos está, afinal, a encurtar.

Quanto ao ferry, independentemente do resultado, será um momento interessante para avaliarmos factualmente como no âmbito nacional e internacional nos vêem, por ventura com heranças ainda não apagadas pelo tempo. Quiçá sempre a descobrir que o caminho era outro.

Necessitamos de um Secretário da Educação que traga autoridade aos professores e condições de trabalho, que saiba que a componente não lectiva colmata muitas das lacunas que o Estado não está em condições de resolver, como a falta de material e equipamentos nas escolas por ora asseguradas com os bens dos professores. Que acerte o passo com as condenações decididas pelo Acórdão do Tribunal Constitucional relativamente à carreira profissional, por decreto legislativo regional da autoria do PSD, nunca cumprido.

Terminado o embevecimento com a normalidade na Assembleia Regional, aguardemos por melhores dias com o término dos estágios de um ano. Ansiamos por melhores parlamentares, com o dom da oratória e do conteúdo, por troca dos decibéis exacerbados como índice de notoriedade. Só despontarão novos valores com a exposição à exigência, muito para além da função de máquinas de voto, se o permitirem. 

Desejo um 2016 com uma opinião pública actuante, que force a melhores soluções e que aponte abusos. Num Natal a meio caminho entre Belém e Hollywood, a “força” esteja convosco, ela está no meio de nós, graças a Deus!

Diário de Notícias do Funchal
Data: 25-12-2015
Página: 25
Link: Natal no Oásis


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domingo, 20 de dezembro de 2015

Ofereça civismo

Um conto para barbas rijas e tranças rebeldes da autoria de "Groucho".

O Pai Natal, num rigoroso exclusivo, convidou um elemento do DN para ir a bordo do seu trenó, num dos inúmeros voos para confirmar os presentes, antes da grande noite. Ao sentar-me no singular veículo, dei-me conta do tamanho das parelhas de renas com o traseiro virado para nós e, antes da descolagem, perguntei ao Pai Natal (PN): -as renas só fazem as necessidades em terra? Sorriu-me, sem responder. Nos ombros do Pai Natal estavam de um lado um diabinho (D) e do outro um anjinho (A), ambos a dar palpites. O diabinho tentava evitar os óculos e o nariz do Pai Natal para acertar com a fisga no anjinho, este, por sua vez, metia o diabinho numa nebulosa celestial que lhe retirava visibilidade. O Pai Natal trocava os olhos e suspirava com os dois irrequietos.

Arrancámos com um solavanco monumental, quando me refiz estava no banco de trás a ouvir um raspanete do barbas: -neste veículo também se usa cinto! Deixei-me ficar, a perspectiva era soberba, imaginem só um trenó a voar. Além disso, não estava convencido de que as necessidades das renas ocorriam só em terra. O diabinho tentava convencer o Pai Natal do melhor itinerário para confiscar todos os presentes: -Pai Natal, este é bom, quer um jeep para estacionar em cima dos passeios, bloquear a passagem de peões, carrinhos de bebé e, diz que ainda vai com os pneus ao canteiro, este merecia um bulldozer! De repente, a nuvem torna-se num bloco de gelo com o diabinho lá dentro. Ouve-se uma voz celestial que diz: -ele vai se corrigir, dá-lhe a bicicleta. O Diabinho acabou por enregelar com um sorriso, jeep confiscado com a inocência do anjinho.

Trim-Trim. PN: -CALADOS, só pode ser o respeitável pontífice António Fontes! - Alô, Pai Natal. ?: -Aqui o chefe do controlo de tráfego aéreo, o Pai Natal consegue acelerar o trenó? Atrás de si vem o avião das tarifas a 500€, a malta vem possuída! PN: -só tenho 6 renas de potência. D: -Possuída! Eh lá, boa clientela Pai Natal! A: -boas almas, vêm passar o Natal com as suas famílias, oferece-lhes uma greve para ficarem mais tempo em casa. D: Eu metia o pinto no metro hehe, não conheço coisa mais grevista. A: -Ele tem um desempenho importante, envia pessoas ao céu e descem à terra, uma experiência do Divino.
D: -Adoro os “poemas” do pontífice, posso revelar o presente dele? Plim, os lábios do diabinho colam e com as duas mãos faz curvas simétricas sem poder insuflar.

PN: -Temos que acelerar para ir à bomba. D: -Bomba? Combustível faz-me sentir em casa, e lume vai haver? O anjinho prega-lhe com uma baforada de extintor e um Pai Natal tússico afirma: -não, raios, está lá o artista que depois de abastecer o carro fica a falar ao telemóvel. D: -oferece-lhe fósforos, vais ver como não fica lá parado. O anjinho repele: -ele tem bom coração, Deus perdoa, oferece um carro de esferas que ele não volta à bomba.

D: -Pai Natal mete ordem no trenó, para dizer asneiras estou eu! A rodopiar irritado, o diabrete toca com o rabo em brasa no traseiro da rena que lhe salta os olhos das órbitas e assusta a da frente, de rena em rena o renómetro atinge o limite das rotações. Se o arranque inicial foi brutal este nem vos conto, a fricção era tanta que os sinalizadores de emergência pegam lume, o fogo-de-artifício estava no ar, os presentes de simulacro começam a saltar, entalámos todos no banco de trás com ninguém nas rédeas. O Pai Natal pensava que tinha o cinto posto mas afinal eram os suspensórios. O trenó deixava um risco de cometa no céu, qual estrela da anunciação, se não fosse sério só podia ser uma paródia. O veículo natalício faz uma tangente à torre da Sé e as pessoas boquiabertas descobrem que sempre existe Pai Natal … e o autor da queda de pedras da Sé! O anjinho irrompe com a solução: -se eu tivesse a minha lista sabia onde andava o Laurodérmio para a rena! Na Lapónia, o controlo de operações tem toda gente pregada ao monitor, o tacógrafo do Pai Natal está no vermelho. Com toda aquela atenção assustam-se com a chamada do barbas. PN: -Sim, Lapónia? É urgente uma rena aqui para a Madeira, temos que substituir uma baixa, é uma assadura satânica. Não mandem por avião cargueiro! Ela que venha pelos seus meios.


Em baixo, o sururu do sucedido era imenso com políticos em convívio de Natal nas imediações da Sé. Carlos Pereira, depois de ter visto aqueles loucos no trenó pensa “gosto tanto dos meus amigos da onça”. A equipa do PND sonha com mais uma campanha, estavam decididos a encostar o funerário para passar a trenó. José Manuel Coelho só faz gestos ao diabinho para falar com ele, as ideias nascem como pipocas a estalar na panela, mais confusão na assembleia, uma rena com assadura provava que há chaga social mas será que cabe na porta? Pelo segurança passa, já passou um coelho com um relógio de parede, um irmão Metralha e um “depufone”. O PCP insurge-se, o Pai Natal pertence ao grande capital, até rima, e não aparece nas zonas altas. A malta do PSD, a limar as unhas, nem olha para cima: -temos melhor equipa. Ainda para mais, a coligação do trenó é ilegítima, nem foi a eleições.

Lá ao fundo vem uma careca espelhando os leds do arquitecto, Cafôfo, suspirando com um “ai a minha cidade”, vem a resmungar: -se fossem vereadores estavam todos demitidos. Eduardo Jesus passa cabisbaixo, workaholic rumo à secretaria, mais um comunicado, Pai Natal é o da Av. Arriaga e mais nenhum, qualquer outro tem que trazer factura descriminada para ser elegível. Roberto Almada, que não “gosta” nada de ser do contra, afirma: -Pai Natal na festa é como o Bloco na assembleia, faz falta.
Delírios em baixo, confusão em cima, pelo anfiteatro ecoava o pagode num céu limpo, vai daí a meteorologia decide pela trovoada com alerta laranja. A malta do CDS alvitra que o barbas já deve precisar de uma bengala, estão disponíveis para formar governo na Lapónia. Dos decifráveis, no meio da multidão, encontramos o núcleo dos juntos de verde, alvo de apostas por entre os spotters, a maior parte diz que são pinheiros de Natal do arquitecto e que lhes metiam mais umas bolas de cor.

PN: -temos que aterrar para a entrada de mais um passageiro no trenó. Há local livre? D: -Sempre livre só o Cais 8! A: -Enganaste-te! Jantar de Natal das gaivotas. PN: -Rodolfo (a rena) vais ter que aguentar até acabarmos com a missão Madeira. E então agora para onde vamos?

D: -A outra bomba de gasolina. PN/A: -OUTRA! D: -São quase 5 da manhã, hora de ir ao adro da igreja, tenho mais clientela do lado de fora no “combustível” do que amigos do anjinho do lado de dentro. A: -Pai Natal, aviso-te que se acenas passas a 16º candidato a Belém e não temos camisolas para oferecer.
PN: -Vamos rever a lista. D: -Ora vê esta fina nata, então temos: …
PN: Xii, o que é aquilo ali em baixo? A: -Manif de esquerda, tudo paralisado. D: -Grande gente! Enganam-se, são os carros dos que têm fé no Menino Jesus na missa do Colégio, não dão um passo para deixar o Largo do Município com aspecto natalício. Pai Natal, tens que ser diplomata, deixa-os, as estrelas já existem, colocamos umas gambiarras nos carros e disfarça. A: -desculpa-se porque nem todos têm mota. D: -Xô asinhas!

D: -Prosseguindo, tem aqui um que acorda toda gente do prédio com a buzina a meio da noite porque precisa de comunicar com uma pessoa. A: -oferece-lhe um telemóvel sem assinatura, comunica e castiga. D: -“eu estou aqui!” nada de interferir na minha jogada! Tem malta que ocupa o passeio e nos ignora ao ponto de termos que ir para a rua. A: -oferece uma viagem numa low-cost que eles aprendem a andar ordeiros e apertados. D: -por cada vez que falas, a minha brasa esmorece, belzebu! Com tal desaforo, o anjinho foi pelo caminho mais curto e entrou por um ouvido do Pai Natal e saiu no outro, que valente carecada no diabinho. D: -Feliz Natal, ficaste encerado! O Pai Natal, com a estridência nos tímpanos mas sobretudo pela insinuação da falta de asseio nos ouvidos, fica de olhar fixo. O diabinho corrige: -Pai Natal cheira a festa, é Búfalo! Prosseguindo na lista …

Dez renadas à frente, diabinho em delírio: -sulfúrico! Há aqueles do elogio fácil na hora da morte e dos cumprimentos cínicos de Natal, os que picam com o carro para amedrontar os outros quando não têm prioridade, os que fazem tangentes nas ultrapassagens, os que ocupam 3 estacionamentos em vez de um. Os que chegam em cima do evento para se sentirem autorizados a parar indevidamente a bloquear os demais, os que não fazem pisca, os que “amarram” uma fila de trânsito ao seu ritmo para depois passar no laranja ficando o resto no vermelho. A: -mas isto é só casos de trânsito?! D: -é na rua que encontras os desvios na educação, nem te devia ensinar isto. A: -Pai Natal, não sou de intrigas mas substituía o diabinho pelo comissário Pimenta, se o teu ombro aguenta.

PN: -vamos subir para ver o quadro todo, isto é uma ilha de loucos! Nisto, o avião das tarifas a 500€ faz uma tangente e o jacto de ar quente espalha a lista de presentes do diabinho, nova birra do enxofre, já com o rabo entre as pernas mas as renas esturricaram na mesma, ficaram como inglesas no primeiro dia de férias, 5 lagostas a puxar pelo trenó. PN: -vamos regressar a casa. Faz favor de absolver administrativamente as crianças da Madeira pois perdemos as listas, os adultos ficam em pendentes.
Já na Lapónia, o diabinho ofereceu uma caixa de cotonetes ao Pai Natal para entalar o anjinho e este, um apaga-velas para extinguir a brasa do diabinho. A rena pela janela ria desalmadamente com o traseiro enfiado na neve. O Pai Natal pega no anjinho pelas asas e no diabinho pelo rabo com a luva térmica e, olhos nos olhos, ofereceu-lhes um lugar no call center da Dianordia (empresa do Pai Natal) no período de reclamações depois da festa.

Quando ia a sair de fininho, ouço a voz do barbas, GLUP! Vem aí o meu presente. PN: -tenho apreciado na Madeira um óptimo indivíduo para me ajudar como sócio. Este ano quase que a Dianordia fechava por 206 mil euros, achas que o secretário do jornal não dava um bom sócio? 52 Milhões e os 395 mil euros davam um jeitão! A rena ficou assombrada a pensar no que é puxar por 50 milhões, para ficar com o rabo a arder prefere mais um escaldão do diabinho, assim mete baixa! DN: - o Jornal Oficial é o nosso maior concorrente, sai cada coisa, dizem as más-línguas que é um Quebra Costas com civismo. Fale com o presidente. PN: -boa ideia, na missão Austrália.

Enregelado, lagosta, de ouvidos a zumbir e a cheirar a rena, rendo-me! Conferir presentes na Madeira é dose. Desejo-lhe um Santo Natal na plenitude do ser e não do parecer. Se o presente vier trocado, tome juízo! Viva o civismo.

Diário de Notícias do Funchal - Revista MAIS
Data: 20-12-2015
Páginas: 16, 17 e 18
Link: Ofereça Civismo (só acessível para assinantes)


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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Iluminações de Natal

A iluminação melhorou, no entanto, a estrada monumental merece outra atenção e a Pontinha também, é lá que se concentram os turistas para a quadra, quer das estadias convencionais de avião/ hotel quer dos cruzeiros.

É necessário dar oportunidade aos criativos regionais para desenharem os nossos temas e os nossos adereços natalícios, de preferência logo no primeiro trimestre do ano, para criar diferenciação em relação a outros destinos. Importar feito pode desiludir quem vem de fora. Fazer cá deixa mais dinheiro na economia regional. As tecnologias não tão ultrapassadas têm o seu lugar, as mangueiras têm o seu potencial porque produzem desenhos definidos.

As pessoas estão satisfeitas com ruas como a do Bom Jesus, o regresso aos bons velhos tempo, funciona.

Foto Diário Notícias - Funchal
É necessário começar mais cedo todo o processo de adjudicação de iluminação e fogo porque, em abono
da verdade, ainda não terminaram as montagens das iluminações e tem sido stressante, nota-se. A secretaria deve estar a observar o que um empresário sofre para levar algum projecto avante, no seu caso por causa do Tribunal de Contas e as aprovações. O instalador não vai recuperar a inércia da burocracia com uma azáfama em tempo canhão.

Há empresários a "cumprimentar" com chapéu alheio, a menos que tenham adquirido estruturas ao governo.

Melhorou, os led estão a mostrar o seu potencial. Fica um travo de meio caminho entre talvez aquilo que não chegou a tempo no ano passado com a necessidade de satisfazer a cor.

Agora a publicidade faz o resto, arrancou o "jogo" é preciso apoiar a equipa.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Terrorismo de estado

om o choque dos atentados na Europa, ficamos envolvidos em loops informativos que nos fazem crer que o momento começou nos ataques e o futuro será a eliminação dos jihadistas. Nada mais errado. Entre várias acções a tomar, a Europa deve acabar com o ultra-liberalismo promovido pelas suas oligarquias que vai marginalizando partes importantes da sociedade europeia e viabilizando a mensagem terrorista. Estão a fabricar o hardware para o Daesh instalar o software. É preciso fortalecer a escola pública.
A construção integral da Europa deve acabar com as respostas pendentes por nacionalismos. O copy-past da austeridade acentuou a depressão em parte do velho continente e os problemas chegaram aos centros de decisão por aproveitamento do Daesh.

A participação de portugueses no Daesh é uma realidade. Portugal julga-se erradamente à margem de tudo, quando até é uma plataforma no trânsito de suspeitos num país com 1,5 milhões de armas ilegais. O povo português é formado por uma robusta maioria de boa gente que sofre só e isso é detectável pela percentagem de consumidores de anti-depressivos, dos que põem termo à vida ou dos que se escondem com vergonha. Vivem com o terror de perder a casa, o ordenado, a saúde, de morrer num canto, não ter reforma, chegar ao fim do mês sem dinheiro ou este não cair na conta.

Neste confim da Europa, deixamos de viver num estado de direito para viver num estado judicial e fiscal. O ultra-liberalismo e a sua austeridade fazem boa gente frequentar os tribunais como se fossem centros de saúde, sujeitos às cobranças coercivas provocadas pelo desequilíbrio orçamental familiar. Empregado, precário, desempregado ou de vida estabilizada todos sentem a segurança a desmoronar. O negócio com a miséria floresce, com vil autoridade, e alguns enriquecem ainda mais, com jogos de informações privilegiadas. O massacre psicológico fragiliza.

Para um revoltado, a formação de paralelismos é simples. Se uns deturpam o Alcorão, outros querem alterar a Constituição. O Daesh mata, o nosso estado não permite nascer. Uns destroem para reescrever a história, outros esfolam as condições de vida no presente e o futuro é mentira. Uns ganham dinheiro indevido com o petróleo, outros com o erário público. Uns semeiam terror, outros a miséria que vai alimentar o terror. Uns fintam-nos com a sua verdade, outros mentem-nos na realidade. Uns dividem o mundo entre os que são da sua religião e os outros, aqui, fomentam a disparidade entre ricos e pobres. De fora nunca conheceram outra coisa que não a guerra, cá dentro a crise. Em ambos, a esperança e as oportunidades vivem do dia-a-dia. Sentem injustiça por saberem que o seu potencial não foi aproveitado. Estão na permanente necessidade de valorização, identidade, respeito e dignidade. O terrorismo observa e angaria os que mais facilmente podem materializar os seus objectivos, para isso só inverte a polaridade da capacidade dos seres e está aberto a novas áreas de negócio. 

O momento político português está crispado e vai prosseguir, com duas frentes, os que encontram na austeridade a solução e os que querem uma nova política de esquerda. O povo, cansado do terrorismo de estado com a brutalidade da austeridade, tende a ceder para um novo único caminho. Curiosamente, o terrorismo que mata vem ajudar. É argumento suficientemente forte para ombrear com aqueles que só sabem fazer contas sem um pingo de humanidade e estão a criar uma Europa impossível. Não há economia ou Estado que se aguente a viver em permanente terrorismo, tanto o jihadista como aquele que nos furta a possibilidade de viver. A Cidade Luz com atentados, Bruxelas sede das instituições europeias com blindados e a Grécia que não susteve um dos extremistas de Paris provam como o terrorismo é inteligente e a Europa cega.

É bom reflectir num novo enquadramento para o deficit, os mercados, a Troika, o FMI, a Comissão
Europeia, a austeridade e todo este beco criado pelo ultra-liberalismo que trocou o ser humano pelo dinheiro, manifestando-se já perigosamente para condicionar a democracia. A Europa também tem os seus extremismos e está a atrair mais. O velho continente precisa de um Plano Marshall e não de austeridade. Este só protege o dinheiro numa primeira linha, depois precisa de uma sociedade activa para se multiplicar. A austeridade pode desencadear conflitos sem fim na Europa, só nos faltava a colaboração do terrorismo.

Ao 51º dia temos a confirmação do inevitável, Costa é primeiro-ministro. Cavaco provou que quando é do interesse dos políticos o país pode paralisar e faltar a compromissos. Com tudo estudado antes das eleições, o desfecho das mesmas mostrou que era difícil respeitar a democracia com a pressão das oligarquias. A prova de obstáculos fortaleceu Costa como solução. Nasce uma oportunidade para outro único caminho com o PS que tem muito para limpar do seu passado recente a fim de ganhar moralidade e legitimidade. O BE e o PCP não se devem julgar confortáveis com um pé em todo o lado. Só vão ganhar com o sucesso de Costa, a ver vamos se perceberam que saíram do contra-poder e dominam os seus instintos.

Ao PSD exige-se responsabilidade e ir mais além. Despachado do poder, deve emigrar o seu líder sem pieguices. Deve sintonizar-se com a social-democracia, rejuvenescer sem bengala e, para não perder totalmente a face, convocar Rui Rio para novos desafios. Tem a característica de obstinado pelas contas mas não chacinou os portuenses.

A esquerda e a direita defendem os seus programas com clubite mas, no fundo, todos sabem dos fracos caminhos que nos acenam para o futuro colectivo. Todo terrorismo espreita, cá dentro e lá fora. Ou morremos da bala ou morremos do imposto. Ou morremos do aperto do PSD ou morremos da válvula de escape do PS. Oxalá nos surpreendam.

Diário de Notícias do Funchal
Data: 25-11-2015
Página: 7
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