o facto de lhe venderem um produto
xpto, programado para avariar ou desactualizar e você ter de comprar outro, um
estímulo às vendas associado ao marketing. Não é um exclusivo dos produtos, os
empresários do sistema fazem-no com políticos. Alguns são as duas coisas, o
político alimenta o empresário. Estes ficam com o lucro, os políticos com um
pé-de-meia e o eleitor com o ónus. Vão embrulhados num upgrade de
discurso e você vota fidelizado à “marca”. Confirma que existe isto na Madeira?
Trump tinha como programa eleitoral dizer
mal dos seus adversários, com ideias e análises pueris, compromissos
inexequíveis e capacidade para entreter os média com escandaleira. Trump,
errante, colocou os focos da suspeição em Hilary e, com uma campanha suja
tornou-a pior do que ele. As acusações foram graves mas sem consequência.
Repetiu um autoelogio doentio e mimava os eleitores, os maiores do mundo dentro
do muro mental. Tinha um ódio doentio à comunicação social acusando-a de
tendenciosa. Ganhou o poder e neste trecho de mandato já se viu que os média
tinham razão. A milionária campanha, com dinheiro seu e de outros empresários
necessitados, alcançou uma conjuntura favorável, “desassinaram” o Acordo de
Paris e pouco se importam se caem trombas de água pois vendem para a
reconstrução. Trump usou pessoas necessitadas e menos esclarecidas para encher
salas, ganhando um apoio vibrante nos discursos de sangue para uma justiça
parola. Os estrategas das outras campanhas julgaram que o eleitorado distinguia
o trigo do joio mas escolheu joio porque não tinha acesso à mesma informação,
os fracos sucumbiram à ilusão. O entretainer ganhou, o mundo levou mãos
à cabeça pela adição de mais um louco na ementa mundial. O planeta ficou pior e
explosivo, a América absurda com americanos contra americanos. Trump continua a
dividir para reinar, para si e os seus apoiantes magnatas que fazem rodar
muitos no seu gabinete assim que desalinham. Das asneiras não materializáveis
proferidas em campanha já ninguém se lembra, foram uma obsolescência programada
para um poder duradouro. Parece-lhe familiar a estratégia de Trump, a
efervescência populista que deixa todos a brigar sem vermos programas
eleitorais?
A política anda a abusar do sonho
madeirense como Trump do sonho americano. Curioso que até temos uma saúde
pública que promove a necessidade das clínicas privadas, estão a abolir o
Obamacare madeirense? O Diário de Notícias é tendencioso com 19 opinadores
mensais do PSD, no entanto, o Cafôfo não diz “Libertem o DN” nem toca no
ruinoso negócio onde o GR quer absorver muitos dos funcionários do JM para
justificar o tacho de um candidato.
Os mentores do Trumpismo regional usam e
alimentam o ego das gerações oriundas da birra na montra (a quem se deu liberdade
e confundiram com libertinagem e desrespeito), da disputa das marcas para ser
alguém nas tribos e nos gangs, a geração do nariz empinado, de ausência
de sim senhor(a) e não senhor(a), as de convívio imperturbável no passeio que
te lançam para a estrada, as de um quarto de palavra do SMS e das redes sociais
que são assessores sem dominar o português. Seguem exemplos de sucesso de
alguns canalhas com obsolescência programada. Kim Jong-un, o provocador dos
mísseis, não será da mesma estirpe dos publicadores de cartoons do PSD?
A vontade de destruir por glória sem mérito é clara. Serenem, o achamento não é
o Big Bang nem fiquem horrorizados por este momento sem tabus, sei que a massa
é polvilhada por raridades que são esperança e orgulho. Outras gerações
precederam, a do flower power, do hambúrguer, a rasca e sobreviveram aos
epítetos necessários ao crescimento intelectual e humano. Não sou psicólogo
para arranjar doenças que disfarcem as insuficiências da educação em casa e da
formação no partido. Que esperar da geração do ruído em loop e das
estrelas cavernícolas que ficam horrorizados com música clássica, qual Água
Benta a cair no Diabo, esse tão esperado para dar futuro? Parece que compareceu
na árvore do Monte em momento religioso, uma alegria para quem só vê e aspira
uma viragem política pouco se importando com a dor. Escusam de ser hipócritas,
vimos 3 secretários a rir numa Missa de 7º dia. Há demasiados acicatados pelos
mentores abjectos das Universidades de Verão que programam obsolescência. O sucesso
fácil, sem valores que joga em todos os tabuleiros. Se tudo isto existe na
Madeira, enfrentaremos os mesmos resultados de outros sítios!
Onde anda o apoio das grandes figuras que
estiveram na génese da Renovação? Não fazem campanha? Têm vergonha dela tão
suja? Dão mau nome? Escudam-se de um desaire eleitoral? Jogam em todos os
tabuleiros? Não conquistam votos mas têm estatuto e estimam o poder? Não há
marketing que resolva esta obsolescência que falha na qualidade política e
humana. Os candidatos autárquicos provêm de um governo desacreditado que traz a
ameaça com pedras soltas depois dos açudes na Ribeira de São João, o que vendeu
produtos tóxicos do Banif, a que colaborou em 100 milhões levados pelo mar que
quase paga duas vezes toda a dívida da CMF. O 7º Desejo, o blockbuster
da lista cinematográfica, é um sofrível filme (Wish Upon) deste Verão. Uma
caixa de música concede desejos de popularidade que resultam em tragédias pelo
uso abusivo das redes sociais. As mortes vão sucedendo e condenando a futilidade
do jovem americano. É-lhe familiar?
Depois das palavras fortes das últimas
regionais estamos nisto, o povo imunizou-se. Depois de destratar tanta gente,
as pessoas estão em alerta com os carinhos. Depois de uma mão cheia de nada,
esperneia-se na recta final para mostrar serviço, o povo está descrente. O
maldizer que o PSD Madeira trouxe para as autárquicas é prenúncio do que vai
suceder, em breve, no seu interior em hora de desafiar a liderança. Quem agora
ri com a promoção da política suja que aguarde pela bolina das internas,
receberá o que ensinaram aos mancebos. Quando chegar a racionalidade perceberão
que destruíram uma escola política, trocando-a por uma insustentável falta de
mérito que semeia na sociedade ódios insanáveis. É a falta de qualidade dos
líderes. O PSD Madeira deixou de ser charneira e líder de desígnios, projectos,
causas e valores, assaltado pela mediocridade e desfocado do povo. Aguardemos
para ver o que significa a moderação e o silêncio, um acto de inteligência.
Leia p.
f. este artigo de Pacheco Pereira. É-lhe familiar? http://www.sabado.pt/opiniao/detalhe/um-partido-sitiado
Diário de Notícias do Funchal
Data: 09-09-2017
Página: 27
Data: 09-09-2017
Página: 27
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