omos Cuba, vencidos pela fórmula “fora
com os chineses” e eles lá estão no CEMA. Os cubanos processaram-nos, somos
produto de uma empresa de comunicação. Enquanto povo normalizado, estamos
capazes de dormitar junto à Assembleia de Voto para irromper histéricos com a
abertura da porta a fim de “comprar” a última versão do iFuck.
No dicionário do Jardinismo, cubano é
aquele que não tem a Madeira no coração. O partido que promoveu a ideia é agora
refém de uma empresa de comunicação “cubana” (ECC) que ofende e aldraba os
madeirenses. Diria, tal como Herman José sobre os programas infantis, “caramba,
são putos mas não atrasados mentais”. Neste contexto, pergunta-se a Jardim,
pode um madeirense ser cubano? Tínhamos os lunáticos seguidores de Passos na
Madeira mas agora temos uma ECC a soldo, para dividir madeirenses e ganhar
eleições a fracos candidatos. Em “bom” português, de outros tempos, o
“virtuoso” Ramos diria “desanda com o Zé Vilão e enfia-lhe o Trombone no rabo,
joga os cubanos pelas escadas e, esses gajos do dedo no clitóris p’ra rua falar
com povo. Huum, huum, falei fino?” Quão má é a nova casta do parecer e
transparecer ao ponto de ficcionarmos isto! Recorre a queixas anónimas ao MP
para fabricar notícias, “aperfeiçoa” currículos, usa abusivamente os nomes e
fotos com militantes credíveis para angariar votos, dispõe dos mesmos
jornalistas para tratar da política e mais peças nos informativos, abalroa
concentrações e instituições para emoldurar com povo na ausência de mobilização.
Só falta a “concertação” de sondagens para criar onda. Nesta semana houve a
cereja no topo do bolo, na actualidade informativa estava a TV 7 Dias, a
candidata sai a cortar o bolo de aniversário da boda do ex-presidente. Se casou
em 1948 e está no bolo o número 48, dá 2016 e estamos na santa era do Senhor de
2017. A candidata já pulou de lado? Que bela sondagem.
Quem queimou delfins e gerações
qualificadas para a política se soçobra com esta até parece ironia, como a dos
chineses e a dos cubanos. Matar mérito é fatal. Um partido charneira assim é um
atentado ao povo. Acabe-se a institucionalização do Trumpismo na região onde já
vagueiam Barbies a mais e políticos a menos. Sem qualquer machismo, pelo
contrário, pela valorização do papel da mulher na política, culta e apta, numa
paridade que rejeita ser troféu de falo decadente na crise da idade e que baixa
o nível da discussão política à razão de um Diesel & Bloom, autor do
“bebida e mulheres”, um pecador por defeito. Este ambiente da porca política
pode dar jeito para afugentar os melhores mas diz bem do carácter e qualidade
de alguns líderes.
Quando no horizonte se projectam
astutamente alianças dos que dependem do poder, eis uma questão pertinente, os
militantes de qualquer partido são trapos nas mãos de líderes maquiavélicos da
porca política? “Lutam” uns contra os outros defendendo acerrimamente posições,
incompatibilizam-se e depois são jogados e ostracizados pelos generais que se
põem a jeito de nunca perder o pé no poder com uniões de facto de tremenda
lata? Povo e militantes, abram os olhos. Escolham gente decente. Quem trai não
é futuro.
A campanha suja prova em quem não votar,
pelos métodos quando ainda são apenas candidatos.
Não temos nesta Cuba da placa africana
divisões de ordem racial, étnica, religiosa, cultural, etc, porque haveríamos
de pôr madeirenses contra madeirenses em clivagens da porca política onde as
discussões nem são ideológicas, mas basicamente entre aqueles que querem para
si e os que querem para todos? Estão a situar a política no mesmo problema do
futebol, umas claques com mania de más afugentam as famílias, depois têm de
oferecem bilhetes para o jogo parecer eclético e uma escola de virtudes. Aquela
do clube com 107 anos a promover uma superestrela secreta na festa, uma
candidata, é não respeitar os encarregados de educação e sócios, uma prova da
promiscuidade total do futebol com a política.
Somos Cuba, sem furacões mas com
“furacães” lutando pelo privilégio do mesmo osso. Os que instituem o apartheid
político pelos pequeninos e exclusivos “os nossos”, incapazes de perceber a
dimensão da política e a sua finalidade neste Partido Sem Discernimento. Vale a
pena modificar a essência deste povo que nos piores momentos venceu, unido,
catástrofes e infortúnios com solidariedade?
Espero que este Povo Superior, com medo
de perder a pobreza, não se satisfaça com a garrafa de vinho, cabaz de compras,
voltinha de autocarro e de catamaran, jantar frio, pelo momento de glória junto
do Jet7 durante um mês. Precisamos de um povo emancipado, de eleitores lúcidos
que não se vendem por bugigangas para entregar 4 anos de mando à porca
política. Chega de fingir e aspergir suspeitas para esconder pecados capitais.
Quando atingirmos uma sociedade de ofensa, “brincamos” à porrada? Estamos num exemplo
perfeito do porquê da humanidade cometer os mesmos erros ciclicamente. Não
ligam nem valorizam a história e o legado. O povo eleitor tem de meter ordem na
porca política, nunca será convidado para o banquete.
Alinhados pelo “depois de mim o caos”, estamos
na exacta falha tectónica da congénere nacional que separa o interesse dos
cidadãos dos dependentes da política. Ao colocar madeirenses contra madeirenses
e até militantes contra militantes, o Partido Sem Discernimento, por ligações
tenebrosas, seduz pela estupidez da graçola fácil para apanhar incautos. A
política não pode deixar de ter uma solução para a sociedade, o poder por
consanguinidade está a produzir deficientes e deficiências numa necessidade que
tolda as cabeças. A política não é profissão, por isso conjecturam para se
salvar com a infernal máquina erário-dependente.
Que
bordillo! Me voy a fumar un Puro de "Patria o muerte!
"Los hombres mueren, el Partido es inmortal". "El que necesita
las armas es el imperialismo, porque está huérfano de ideas". "Condename,
no importa. La historia me absolverá". E eu
nem revolucionário sou! Como diria António Fontes, o “anti-Fidel” nas
Autárquicas de 2013, também agora, “vote com a horta no lugar”, o expositor de
legumes é o mesmo. Vamos perder o medo, tal como na República, a única coisa
que pode acontecer de errado é nos correr bem melhor, longe destes caminhos
únicos trilhados só para o poder. Acorde, a ECC a soldo, que não tem a Madeira
no coração, está a instituir o pior do que há aqui e no mundo no cantinho do
céu.
Diário de Notícias do Funchal
Data: 23-09-2017
Página: 29
Data: 23-09-2017
Página: 29