ara escolher temos de estar
suficientemente distantes a contemplar o quadro sem emoções ou interesses em
abono da sociedade. Com 2 passos atrás ganhamos amplitude, com o nariz pregado
na “obra” a vista não alcança e o cérebro não acolhe o que importa. A acção
dissipa a fumaça vertida na tela política para vermos traços com sentido. A
política não é um reality show de criaturas larocas que por safadezas
atraem audiências, trocando o momento para dizer o que se pretende construir
para o eleitorado em 4 anos por maledicência que não é programa eleitoral, uma
estratégia para ganhar sem categoria e sem foco no servir. Estamos em plena
folia, idêntica à que leva alguns idiotas ao poder pelo mundo fora ao colinho
do marketing, do populismo e do extremismo.
A Região vive numa deformação democrática
oriunda da ideia de posse e propriedade do poder, resultado de 40 anos no seu
usufruto. O constante
açambarcamento da economia e das oportunidades pelos mesmos não permite o
integral desenvolvimento da Região, criando ricos mais ricos e pobres mais
pobres que, para sobreviver, sujeitam-se à subjugação. O orçamento da Região está sequestrado para cobrir empregos a peões e
manter empresas/ figuras de regime que induzem a mais obras megalómanas para
facturar sem utilidade mas … enriquecendo. Conhece planos sérios a médio e
longo prazo para o povo desta Região? O máximo que consegue é um orçamento
regional ano a ano. Não se vislumbra qualquer navegação à bolina para tanto
vento contrário no seio do povo. A solução política única é a estratégia habitual que resume o voto num
mesmo partido sugerindo uma solução ao povo: pertencer à máfia no bom sentido,
vivendo ad aeternum com uma cenoura num sistema esgotado pelo núcleo
duro.
Tudo isto tem um fim, pela demografia e pela economia. A demografia
definha porque não se permite nascer nos orçamentos familiares e quem estuda
foge deste esquema. Outros fogem em boa
idade laboral ou por chamamento de famílias. A novidade está na Madeira
enquanto plataforma giratória da situação na Venezuela que redistribui os
nossos emigrantes por outras paragens mas, a pequenez não convence a par de um
certo trato sectário e preconceituoso. Uma perda de oportunidade para
revitalizar. A economia passa sempre pelos mesmos em sucesso assistido pelos
governantes. A Madeira resume-se a um condomínio fechado, onde seus condóminos
surgem de ora em vez para se abastecer do voto. Creio ter dito o suficiente
para afirmar que as eleições são momentos aflitivos que colocam em causa o
sucesso pessoal e a existência de impérios privilegiados do sistema. Da aflição
por necessidade nasce o ódio que valida o poder a todo custo e meios, abusivos,
fraudulentos ou com chantagem no seio da deformação democrática. Quem deseja
ser justo ou adversário é olhado como um ladrão que vai tirar o pão assente na
tal ideia de posse e propriedade da democracia e do poder.
Neste panorama, o Director deste Diário
faz escolhas. Não tem páginas a metro, o DN não nasceu de um apoio financeiro
nem é de brincar aos 10.000€. Tem história! As escolhas são muito fáceis, sem u-na-ni, poli-poli-ana,
instruções da Quinta Vigia e muito menos anda ao sabor dos humores dos
candidatos. A escolha é a notícia e não a
agenda para encher chouriços, essa que quando fica de parte eriça uns mancebos
políticos que resolvem a azia denegrindo tudo e todos nas páginas das redes
sociais. Se tem valor e conteúdo sai, se é maledicência e especulação estéril
não. Cá vão uns factos sobre o que ele aguenta, vamos “Libertar o DN”! Deve o
Director noticiar as vezes que lhe telefonam com ameaças de morte ou de que
pegam fogo nas instalações? Publica as fotos de orgias e cowboyadas dos
ricos do sistema no estrangeiro (para não dar nas vistas aqui) que chegam à
redacção anonimamente? E as safadezas que alguns puros de sucesso fazem para
arranjar tacho jogando em todos os tabuleiros sem que o sistema detecte? É para
apontar os que atraiçoam e tiveram um tacho-prémio nesta Renovação? Enumera as
amantes que retiram lugar aos credenciados para governar fazendo ainda sobrar
impropérios aos lesados? Aponta aqueles que não vergando à chantagem são
impedidos de evoluir profissionalmente? É para dar conta dos candidatos que só
assinam a candidatura depois de ver um vínculo sem risco na função pública ou
que são promovidos com retroactivos? Fala das salas e festas de chuto e dos
financiamentos obscuros, desses que a moral apanha mas, a justiça não? Que
sociedade estão a fomentar? Desejam um Correio da Manhã regional? É para contar
tudo escabrosamente ou preferem um órgão de INFORMAÇÃO isento e responsável? O
“DN livre” deve dizer que vai uma grande aflição no fanatismo promovido por benesses à conta da
política? Essas indutoras de ódio tresloucado por considerarem que outros, tão
ou mais aptos para a política, são inimigos e não adversários ou companheiros?
A maledicência é sintoma de um competidor à altura. Estamos tão só num cheirinho do que a simples ameaça de perda do poder
exerce no comportamento dos dependentes da deformação democrática, os da posse
e propriedade dos cargos sine fine temporis. Temos por cá tanta
Trump-alhada como nos EUA e o mesmo fanatismo cego dos apoiantes de Maduro que
garante benesses. A moderação é de todo conveniente com tamanhos telhados de
vidro.
U-na-ni, poli-poli-ana, o (e)leitor vai ser chamado a escolher num
ambiente político assente no que suja mais branco antes que alguém leve um
“Picasso”. Porque a crónica é sem tabus, uma pergunta desconcertante, é com
isto que o PSD Madeira quer disputar 2019 e governar a Madeira? Zele por uma
bipolarização credível para 2019 em que duas partes ameaçadas, uma pela outra,
terão de escolher melhor as pessoas, objectivos e programas. Coloque exigência,
isto com aventais e outras coisas mais, putos impreparados, lobbies,
dependentes, pretendentes a salivar e amestrados do PSD do continente com ódios
da democracia deformada não vai dar certo. A pré-campanha selvática não é mais
do que o PSD Madeira a viabilizar a solução única,
a sua, em 2019, eliminando a concorrência que poderá surgir em força. Em Junho
de 2016, escrevi “As Autárquicas decidem as Regionais”, são para a câmara e a
antecâmara do poder que conta e mantém o sistema e a deformação democrática ou
não.
Diário de Notícias do Funchal
Data: 26-08-2017
Data: 26-08-2017
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