mbuídos de espírito “peste grisalha”, num tempo considerado seu e não
de todos, os mentores da Reconversão (ex Renovação) que só se preocuparam em
obter fidelidade canina em vez de vocação para governar foram à “parede”. Na
avidez por emprego e poder, a Reconversão recebeu por lição que para governar
não se leva amigos, Jet7, vendidos, jogadores, incompetentes e idiotas mas
valências e valores. Não há outra maneira de governar com responsabilidade para
254.000 madeirenses.
Como consequência, está plasmado no artigo 2 (Presidência do Governo) e 3 (Vice-Presidência do Governo) do Decreto Regulamentar Regional n.º
13/2017/M, de 7 de Novembro, a organização e funcionamento do XII Governo
Regional da Madeira, resultado de dois anos e meio de governação subjugada a
interesses, numa privatização pós democrática, quando acabamos de sair de umas
eleições onde muito se tentou comprar para se acabar comprado.
A infestação do PSD-M que atingiu todo o Governo Regional ainda vai no
adro, com a copiosa derrota alguns perceberam que os cargos políticos não dão
vínculo à Administração Pública. Se o Jornal Oficial promovia o humor negro,
esperem pelo breu que resultará dos concursos finamente recortados que
consumarão a “política de emprego” deste Governo que só baixa por emigração. O
povo da Madeira será outra vez sustento de uma nova vaga de inúteis que esmagam
com má fama outros funcionários públicos de excelente qualidade, tudo isto no
requinte de um melhor vencimento, em ambiente aprazível e sem a falta de
condições que muitos sentem. Não bastando, ainda se tornam PTC, Políticos Trem de Cozinha, pelo multi-tacho.
A animação prossegue com meia bola e
força ao abrigo do artigo 2, um presidente com tempo entretém-se a mandar bocas
em visitas ocupacionais sem trabalho feito. Uma forma de exorcizar o “Jardim”
zoológico que está a engolir enquanto a “sombra” une os cacos que a ora
caricatura das internas provocou, para um PSD-M competitivo em 2019. Ainda
assim, a sombra não navega por vagas procelosas e o caos incrementa mais
injustiças profissionais, mais revoltas pessoais e novos atónitos pela falta de
mãos calosas. Valha-nos a era de Vices titânicos que, de lados opostos, e desde
a sala das máquinas, observam e rezam para que os comandantes não rumem ao
iceberg.
Culpas? Não é exclusivo dos líderes do PSD-M em
suporte de vida. Depois do pró-forma dos aparelhos partidários, onde os
militantes se encolhem e deixam andar em busca da graça que lhes pode garantir
uma benesse, os nossos políticos/ governantes não estão habituados a ser
verdadeiramente escrutinados pela opinião pública e pelos órgãos de informação.
O regional porreirismo deve acabar, cada um faria o seu trabalho bem e no fim
venceria o mérito e não a trapaça.
É momento para um acto de contrição da
comunicação social, tamanha barraca na governação só significa que fizeram como
muitos militantes e a ALR, deixa andar. Quando o tempo é de formação de
opinião, surgem jornalistas com perguntas simpáticas ou entrevistas macias em
ambiente de salmoura, deixando escapar o fulcral para esclarecimento e análise
do agente político pelas massas. Há jornalistas que gostam de estar em graça e
esquecem-se da sua responsabilidade e deontologia quando se decide o futuro
colectivo. Alguns são a garantia do sucesso de quem responde para um dia serem
lembrados no “el dorado” enquanto assessores de imprensa ou nomeados para um
tacho. Sem escrutínio, o jornalismo subserviente ou intermitente fomenta maus
políticos também pelo que se escreve aqui e só desce a guarda quando chamado
para outras tarefas, enquanto prémio à bajulação, à omissão, ao calculismo, ao
formato conveniente e ao elogio gratuito acompanhado pelo jeito de
descredibilizar quem fala a verdade. As diversas ditaduras da nossa região são
concedidas e não conquistadas pelos prevaricadores, aos jornalistas também cabe
zelar pela saúde da democracia nos intervalos das eleições. É nesta constante
“impunidade” sem escrutínio que temos cada vez piores políticos habituados a
“dar a volta”. O jornalismo à la carte é como a caridade, dá palco a políticos
como a tias e tios de bem.
A ira que muitas vezes se levanta contra
o Diário quiçá seja indicador do incómodo da exigência, da idoneidade e da
observação pertinente, por muito que isto custe a alguns. O erro do Diário, não
raras vezes, é de perante o pandemónio total gerado pelo colapso moral da
política tentar ser moderador de exageros, destrinçando o que é foguetório do
que é informação. A completa politização do ambiente regional gera atritos que
atentam à paz social, fomentando o descrédito quase total da classe política. O
que fazer? Atirar a sociedade ao lume da Inquisição? Felizmente e por enquanto,
no Diário não se toma conta da administração para colocar o “comentador”
conveniente, ignorando os (e)leitores para insistir no erro. É lembrar o que
acaba de suceder ao governo eleito desta região quando houver arrufes.
Os jornalistas não se sentem
desrespeitados por permitir atentados à sua inteligência? Não lhes ferve os
bofes quando observam a falta de elevação nos debates onde se abalroam ideias e
tempos de intervenção por parte de medíocres investidos de políticos? Que raio
de entrevistas são aquelas onde a sobreposição de vozes são ruído e a
brejeirice segue em crescendo para o zapping? Não será um formato que
leva um mau político a vencer com graçolas e interrupções para não permitir que
a mensagem seja divulgada de forma séria? A comunicação que caiu a pique até
chegar aos vis cartoons e fotos ao estilo rede social não é uma
substituição do programa eleitoral? Chegaremos à política em banda desenhada? É
interessante observar como quase todo o eleitorado se apercebe destas
tentativas de situar o momento no não debate para evitar risco, de martelar a
realidade, executar um branqueamento ou empolar um candidato. Políticos e
alguns jornalistas ficam convencidos que lhes corre bem o porreirismo sem
polémicas, como se fosse esse o objectivo mas, a maioria do povo topa.
Se na
Madeira houvesse mérito em competição, os resultados seriam diferentes e
justos. A ilha mata-se alegremente, demográfica, económica e financeiramente. A
liberdade regenera, a concentração elimina. O madeirense está paulatinamente a
permitir a sua escravidão com um governo já refém.
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