terça-feira, 6 de outubro de 2015

Muita facadinha

Pequena opinião no DN de hoje:


Diário de Notícias do Funchal
Data: 06-10-2015
Página: 8
Link para o apontamento só para assinantes do DN: Muita facadinha


A coligação foi eficiente e o PS displicente.

assos e Portas vão agora aplicar o que deveria constar em letrinhas pequenas no seu programa eleitoral com uma maioria simples. António Costa entra em modo de maratona, ganharei só não sei quando ... se calhar até nunca se repetir a destreza da campanha dentro do seu partido. Os dois lados têm dificuldades mas, o Costa sorridente na derrota, como que a ver o jogo todo terá, ao contrário do que se pensa, mais. Por ventura, volta a não considerar a capacidade do adversário. Qualquer obstáculo na governação servirá para a coligação se tentar auto-derrotar, para ser vítima e em novas eleições conseguir o “Danoninho” que lhe falta. Temo que a falta de estratégia e de discussão no terreno da coligação, evidenciado na campanha, se repita na nova legislatura, por parte do PS. A piada disto é que vivemos num surrealismo, todos definem a realidade que querem como sombras na alegoria da caverna. A vida prossegue, tão entretidos com a política, haverá lugar para o povo?


A nível regional:

Há muito trabalho para fazer no PSD, perdeu 9.346 votos em 6 meses, como quem diz, das Regionais para cá, e 21.421 votos na comparação com as outras Legislativas Nacionais de 2011. A unidade não existe, vão ter que trabalhar com todas as fatias do PSD-M. O que mais desceu? Os votos dos militantes desprezados e alcunhados. Há uma experiência de contacto com o povo desprezado por novatos de peito cheio mas, há também excepções e a melhor chama-se Rubina Leal. Quem fizer contas vai se deparar com ela.

O PS respira no limbo das insanáveis divisões que espreitam sempre um desaire. Subir na votação, de tão mal que estava, deve ser encarada com humildade e entusiasmo. O PS precisa de nova militância para dar força ao novo projecto. As autárquicas estão a dois passos e, ou se preparam ou vai correr mal. A estratégia do PSD já está no terreno. Não se ganha por acaso.

O BE teve a confluência de vários factores para o seu resultado, um bom candidato regional com formação onde interessa na política, o efeito galopante do feminino nacional e o meio-termo que transparece ao eleitor para poder receber o voto dos necessitados de humanidade. Se agarrar a oportunidade, sem extremismos, segue em frente.

A JPP está a perder folgo, quiçá com uma governação autárquica que já faz mossa. O importante a reter é que, pela segunda vez, a JPP deita olhares para fora do Concelho de Santa Cruz, para poder crescer mas, os seus eleitores são voláteis em casa.

A CDU cumpriu mas está com um travo na boca, o BE ultrapassou, vê-se perante a realidade de que a meia dose resulta mais do que a dose completa. O povo parece que gosta de moderação, do sorriso, do quanto baste responsável porque o que importa são os resultados práticos exequíveis.

O CDS, estica, estica e estica mas não dá. Metem toda a dedicação em campanha, exagerando nos meios. Depois tudo vai ao ar por se associarem a lobbies com candidatos cansados. A experiência é uma faca de dois gumes, leva velhos costumes ou sabe onde satisfazer o eleitor? Parece que interpretaram o primeiro. Se não souberem reconquistar o seu espaço tenderão a desaparecer, até porque o PSD precisa de se alimentar numa direita cada vez mais reduzida. O CDS-M é uma extensão do CDS nacional.

As sondagens, de rever, podem ser informativas ou dolosas. Muitos interesses concorrem em cada eleição e as sondagens poderão ter os seus. Como vigiar, conferir, como não condicionar? Será que o eleitor sofrido quer ser dos que ganham? Esquecem-se de si próprios no meio de tanto circo?

Comentadores, decidam-se! Querem estar em todas? Ou de um lado ou de outro. Ganhar dinheiro para produzir avaliações a seu gosto é feio. As campanhas mostram como tudo encaixa tão bem. Depois da coligação ganhar, o jornal Público de hoje já diz que Marcelo ganha na primeira volta das presidenciais. Se o povo abre os olhos ...

Espero discutir pormenores da governação nas presidenciais, temos que nos adaptar à realidade, tudo ao contrário. Tende fé, certezas no actual cenário são poucas.

Mais considerações para o artigo no DN se o tempo que decorrer não matar o assunto.

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