
Obama, em fim de mandato, não sabendo o rumo do seu país vem à Grécia, berço da civilização ocidental nas suas mais distintas bases como a democracia, a filosofia, literatura, etc, dar um sinal. O fim de mandato permite aligeirar a diplomacia, Obama veio à República Helénica, que tantos exemplos reúne, para tirar o tapete ao perigoso Schäuble, numa União Europeia indefinida que tem de ganhar juízo porque poderá ser chamada pelos valores ocidentais a um papel liderante no mundo, muito em particular, a Alemanha. Sem sequer aflorar, disse por atitudes que também não acredita na via tomada pelo Reino Unido. É natural que, nestes momentos, as nossas mais reprimidas dúvidas se intensifiquem porque o nosso íntimo pergunta se a Alemanha provocadora de duas Guerras Mundiais, nada solidária com os seus parceiros da Europa mas que corrigiu, por interesse, com a entrada de emigrantes, resolveu os seus reprimidos instintos de dominar sem respeito como no passado. Vai das pessoas que lideram, encontram alguém em melhor condição? Obama conhece mais do que ninguém as tendências no mundo e, por exclusão de partes, veio depositar na chanceler alemã uma responsabilidade num momento de indecisão, parecendo até resultado da informação recolhida pela sua administração no escândalo de espionagem a que Merkel esteve sujeita em 2013. Dias depois, Merkel anunciava a sua recandidatura. Obama, sempre sem verbalizar, demonstra apreensão com o seu próprio país que sendo tão visado pelo extremismo desde fora parece ceder por dentro. Em alta estará Guterres, num óptimo momento para catapultar o papel da ONU, inclusive para provocar a parcela política do Papa Francisco com provas dadas a juntar religiões e credos muitas vezes causa de conflitos.
Intervalo Publicitário

Por cá, não estamos imunes ao populismo, temos todos os ingredientes presentes inclusive os impulsos populares, só falta o político carismático porque circo, rebuçados e afecto são instantâneos. Se as autárquicas decidem o palco e o contexto das próximas regionais seria bom que os partidos da oposição estivessem aptos a governar trocando a guerrilha por propostas devidamente publicitadas e evitando se acomodar aos serviços mínimos. Deverão ser a última barricada ao populismo. Onde anda o povo saturado e irritado? À mercê da abstenção ou do populismo? Onde estão as pessoas de mérito, por áreas, a debitar ideias, comparação e a se insinuarem ao eleitorado? Onde está a agenda própria? Vamos ter um grupo reduzido a clamar por alternância? Não há tempos mortos em democracia, é preciso mais ambição para que no último minuto, numa irremediável conclusão lógica, o eleitor não se entregue aos de sempre por falta de alternativa credível.
Sendo de salutar a emancipação da Opinião Pública na Madeira, com a situação das ribeiras, não será um sintoma de crise de representação o facto de nenhum partido ter levado de forma séria o assunto à ALR? Uma rede social deu palco? Isto não é exemplo de brecha para o populismo?
Nem nos piores momentos a oposição na Madeira quebra o continuum do PSD em cenário de Legislativas Regionais. Enquanto o PSD declina a oposição não absorve, enquanto a renovação exaspera a oposição não sossega, quando PSD prefere elites a oposição não consuma a antítese. De momento, a oposição está embevecida a sublinhar os desaires do quotidiano, assenhorados do impulso enganador das legislativas nacionais e do contexto das últimas autárquicas. Querem ver que o PSD vai olear e produzir melhores dias e a oposição nunca sai da cepa torta? Nem esta vergonha a faz correr mais e melhor? O mérito é o único caminho que serena e une um partido evitando o populismo.